A Síndrome de Estocolmo não é considerada uma doença nem transtorno e, por isso, não se encontra listada na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) nem no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). No entanto, é amplamente conhecida como um mecanismo de defesa que surge a partir do apego emocional da vítima a pessoas que lhe causaram algum tipo de trauma, como sequestro, abuso, violência doméstica, entre outros.
O psiquiatra Nils Bejerot, que acompanhava a equipe de negociação da polícia durante o assalto ao banco em Estocolmo, foi o responsável por cunhar o nome Síndrome de Estocolmo. Desde então, médicos e pesquisadores debatem sobre o caráter clínico e a dimensão de gênero do fenômeno. Embora houvesse homens entre os reféns de Olsson e Olofsson, apenas os depoimentos das mulheres foram interpretados pela polícia como sentimentais ou românticos.
O caso de 1973 ganhou destaque na mídia, principalmente devido ao contexto da época. A Suécia possuía baixas taxas de criminalidade e o primeiro-ministro Olof Palme estava em meio a uma campanha de reeleição. Durante o sequestro, Palme chegou a conversar com uma das reféns, Kristin Enmark, pelo telefone. Em um momento marcante da conversa, Enmark afirmou: “Não tenho nem um pouco de medo do Clark e do outro cara, eu tenho medo da polícia”.
Enmark se tornou o principal ícone da Síndrome de Estocolmo, mas é importante ressaltar que os quatro reféns se recusaram a testemunhar contra os seus sequestradores. Em seu livro “Eu me tornei a Síndrome de Estocolmo”, publicado em 2015, ela relata que passou a ver seu captor como um salvador devido às promessas de que tudo ficaria bem.
O caso de Estocolmo em 1973 marcou a psicologia e até hoje é estudado e debatido por médicos e pesquisadores. A Síndrome de Estocolmo é um fenômeno complexo, que demonstra a capacidade humana de desenvolver apego emocional mesmo em situações traumáticas.