Exposição no Museu Paulista revela história do mobiliário brasileiro através de objetos cotidianos de importantes figuras históricas.

Na manhã desta terça-feira (11), o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, deu início a uma nova exposição que promete revelar muito sobre a história e as diversas formas de morar do povo brasileiro. Intitulada “Sentar, Guardar, Dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em diálogo”, a mostra conta com a presença de objetos de mobiliário marcantes, como um guarda-roupa pertencente ao inventor Alberto Santos Dumont e uma cama utilizada pela Marquesa de Santos, entre muitos outros.

A curadora da exposição, Maria Aparecida de Menezes Borrego, ressaltou a importância dos objetos do cotidiano na documentação das diferentes formas de habitar a sociedade brasileira, destacando a diversidade cultural e social do país. Ela enfatizou que a exposição foi pensada para refletir sobre a importância dos artefatos utilizados nas atividades diárias e como eles são fundamentais na história e na vida das pessoas.

Dividida em três núcleos básicos, a exposição apresenta 164 peças, incluindo cadeiras, camas, armários, redes e outros móveis com mais de 400 anos de existência. A curadoria, composta por Paulo César Garcez Marins, Maria Aparecida de Menezes Borrego e Giancarlo Latorraca, destaca como essas peças atendiam às necessidades básicas de sentar, guardar e dormir ao longo do tempo.

No módulo “Sentar”, a curadora explicou que as cadeiras eram inicialmente utilizadas apenas por homens ou proprietários, enquanto as mulheres se sentavam no chão. Ela ressaltou a mudança desse hábito a partir do século XIX, evidenciando a interiorização das sociabilidades através dos móveis de assento. Além disso, objetos de trabalho como cadeiras de barbeiro e dentista foram apresentados como extensões do corpo humano.

O segundo núcleo, “Guardar”, exibe móveis usados para armazenar roupas, documentos e valores, revelando modos de proteger e organizar os pertences. O surgimento de guarda-roupas e cômodas indica uma nova forma de guardar, individualizando os objetos. Por fim, o módulo “Dormir” destaca as diversas formas de descansar ao longo dos séculos, desde as redes indígenas até as camas de solteiro.

A exposição ressalta o diálogo entre os acervos do Museu da Casa Brasileira e do Museu Paulista, demonstrando como a sociedade deposita nos museus a expectativa da preservação de suas histórias. Embora falte diversidade em relação aos móveis ligados à população negra, a curadora destaca a presença da mão de obra negra na confecção desses artefatos.

Com entrada gratuita e acessibilidade para todos os visitantes, a exposição estará em cartaz até o dia 29 de setembro. Mais informações podem ser encontradas no site oficial do Museu do Ipiranga. Vale a pena conferir essa exposição que traz à tona importantes reflexões sobre a história e a cultura brasileira através do mobiliário do cotidiano.

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