Câmara dos Deputados aprova regime de urgência para o Projeto de Lei 1904/24, equiparando aborto acima de 22 semanas a homicídio.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16) o regime de urgência para o Projeto de Lei 1904/24, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e outros parlamentares. Esse projeto tem como objetivo equiparar o aborto de gestações acima de 22 semanas ao crime de homicídio. Com a aprovação desse regime de urgência, a proposição poderá ser votada diretamente no Plenário, sem a necessidade de passar pelas comissões da Câmara.

No entanto, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) expressou sua discordância em relação à aprovação desse projeto, alegando que ele criminaliza crianças e adolescentes que são vítimas de estupro. Segundo a parlamentar, mais de 60% das vítimas de violência sexual têm menos de 14 anos, e ela ressaltou que é importante não tratar uma criança ou adolescente vítima de estupro como criminosa. “Criança não é mãe, e estuprador não é pai”, declarou a deputada.

Sâmia Bomfim também levantou a questão das disparidades nas penas previstas para a menina estuprada e para o estuprador, destacando que a menina poderia ficar presa por 20 anos, enquanto o estuprador cumpriria uma pena de apenas 8 anos. A deputada criticou a postura dos parlamentares, afirmando que estão mais preocupados em tirar a criança da condição de vítima para colocá-la como ré.

Essa polêmica em torno do Projeto de Lei 1904/24 evidencia as divergências de opinião e as discussões acaloradas que frequentemente ocorrem no cenário político brasileiro. A tramitação desse projeto continuará gerando debates e reflexões sobre temas sensíveis e complexos, como o aborto e a proteção de vítimas de violência sexual. A sociedade civil e os movimentos sociais certamente acompanharão de perto o desenrolar desse processo legislativo.

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