Indígenas da etnia Tupinambá intensificam pressão por demarcação de terras paralisada há 15 anos em Brasília

Os indígenas da etnia Tupinambá, localizados no sul da Bahia, intensificaram as ações de pressão contra o governo federal nesta semana, em busca de avanços no processo de demarcação de suas terras, que está paralisado há cerca de 15 anos. Um grupo de aproximadamente 20 lideranças da comunidade tradicional realizou uma série de agendas em Brasília, com reuniões em diversos órgãos, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e Procuradoria-Geral da República (PGR), com o objetivo de destravar a portaria declaratória, que aguarda assinatura desde 2009, após a emissão do relatório de identificação e delimitação.

Em 2012, pareceres jurídicos do próprio governo superaram todas as contestações sobre a ocupação das terras por parte dos indígenas Tupinambá. Além disso, o grupo promoveu um ato na Praça dos Três Poderes contra a tese do marco temporal, aprovada pelo Congresso Nacional e considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, que possivelmente invalidará a lei em novo julgamento.

A portaria declaratória, que é a segunda de cinco etapas do processo de demarcação, deve ser assinada pelo ministro da Justiça. O coordenador do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoíba), Jaborandy Tupinambá, ressaltou que não há mais impedimentos jurídicos para a assinatura, mas que questões políticas têm atrapalhado o andamento do processo.

A Terra Indígena Tupinambá de Olivença, localizada nos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, possui cerca de 47,3 mil hectares e abriga aproximadamente 8 mil indígenas. O território desempenha um papel fundamental na preservação da Mata Atlântica, mas tem sido alvo de interesse de setores agrícolas. O Ministério dos Povos Indígenas destacou a importância da demarcação para pacificar conflitos fundiários na região, mas o Ministério da Justiça não se pronunciou sobre o assunto.

A lentidão nos processos de reconhecimento de terras indígenas tem sido criticada pelo movimento indígena, que cobra maior agilidade no andamento das demarcações. O governo federal, por sua vez, tem sido pressionado a acelerar o processo e dar resposta às demandas das comunidades indígenas.

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