Projeto de Lei propõe compartilhamento de dados patrimoniais de beneficiados pelo Fies para recuperação de créditos e equilíbrio do fundo.

A Comissão de Educação (CE) do Senado Federal está analisando o Projeto de Lei Complementar (PLP) 94/2024, que tem como objetivo possibilitar o compartilhamento de dados patrimoniais dos beneficiados pelo Financiamento Estudantil (Fies) com a instituição financeira pública federal responsável pela administração desse fundo. De autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o texto visa facilitar a recuperação de créditos daqueles que possuem condições financeiras de quitar seus financiamentos, contribuindo para o equilíbrio do fundo a fim de ampliar a abrangência do programa. O relator designado para o projeto é o senador Confúcio Moura (MDB-RO).

A proposta, que modifica a Lei Complementar 199/2023, amplia as possibilidades de solicitação de informações sobre os beneficiários do Fies, permitindo que a instituição pública federal também tenha acesso a esses dados. Segundo Vieira, um dos principais desafios enfrentados pelo agente financeiro do Fies está na cobrança efetiva dos débitos originados dos financiamentos estudantis, sendo a falta de acesso às informações patrimoniais dos devedores um dos entraves para esse processo.

Desde sua criação, o Fies já beneficiou quase 3 milhões de estudantes, com destaque para o ano de 2014, quando houve um pico de 732.723 beneficiários no programa. No entanto, nos últimos anos, o número de contratos formalizados vem diminuindo. No primeiro semestre de 2022, por exemplo, foram formalizados apenas 29.323 contratos, o que representa quase a metade das vagas oferecidas. Em contrapartida, mais de um milhão de estudantes se inscreveram para o Programa Universidade Para Todos (Prouni), que oferece bolsas, evidenciando a alta demanda por programas de auxílio estudantil.

Diante desse cenário, o PLP 94/2024 surge como uma medida para aprimorar a gestão e a eficácia do Fies, buscando garantir a sustentabilidade do programa e o acesso ao ensino superior para um maior número de estudantes. A expectativa é de que, com o compartilhamento de dados patrimoniais, seja possível otimizar a recuperação de créditos, contribuindo para a manutenção e o fortalecimento do Fundo de Financiamento Estudantil.

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