O tema escolhido para a edição deste ano é “Vem ser Fã de Mulheres Negras”, uma convocação para reconhecer e celebrar a força transformadora dessas mulheres em uma sociedade marcada pelo machismo e racismo. Jacqueline Fernandes, diretora-geral e idealizadora do festival, ressaltou que ser fã de mulheres negras representa um ato revolucionário em um contexto como o do Brasil.
Presente no calendário cultural brasileiro desde 2007, o Festival Latinidades expandiu sua atuação para além do Distrito Federal, chegando este ano à Bahia, Goiás e São Paulo. A programação prevista destaca a importância das mulheres negras em diferentes áreas da sociedade, com foco no papel estratégico das artes e da cultura na promoção da equidade de gênero e raça.
Na última sexta-feira, as atividades começaram com o espetáculo da dançarina Vânia Oliveira, seguido por debates e a apresentação da peça “Medeia Negra”, concebida pela atriz e escritora Márcia Limma e dirigida por Tânia Fariase.
No sábado, a programação incluiu debates literários e lançamentos de livros com temática negra, incluindo obras inspiradas no projeto Estamos Prontas, que visava fortalecer 27 lideranças negras pré-candidatas de todo o país. O dia também contou com um recital da advogada, maquiadora, retratista e poeta Luciene Nascimento.
O domingo reservou o quarto Concerto Internacional Contra o Racismo, promovido pela Coalizão Global Contra o Racismo Sistêmico e pela Reparação, que contará com a participação de artistas da América Latina como Sasha Campbell, William Cepeda, Bel and Quinn e Sued Nunes. O evento visa promover a conscientização e combate ao racismo em escala global.
O Festival Latinidades se destaca não apenas como um evento cultural, mas como um espaço de reflexão, celebração e resistência das mulheres negras no Brasil e no mundo, proporcionando visibilidade e reconhecimento à sua importância em diferentes esferas da sociedade.