Os mantos tupinambás estão dispersos por museus em diferentes países europeus, como Dinamarca, Itália, Suíça, Bélgica e França, sem nenhuma negociação em andamento para trazê-los de volta ao Brasil, segundo o Museu Nacional do Rio de Janeiro. A cacique Jamopoty, líder dos tupinambás de Olivença, considera fundamental reaver esses mantos que estão fora do país, ressaltando a importância do pertencimento cultural e da devolução do que é legítimo.
A devolução do manto indígena ao Brasil foi fruto de uma longa batalha iniciada em 2000, quando a liderança tupinambá Amotara viu a peça em uma exposição especial e solicitou seu retorno para sua comunidade em Olivença. Após 24 anos, finalmente o manto retornou ao Brasil definitivamente, representando uma vitória para o povo Jamopoty.
Os mantos tupinambás, conhecidos como assojaba ou guara-abucu, eram utilizados em rituais religiosos nas comunidades indígenas e em assentamentos missionários nos primeiros séculos da colonização. Esses artefatos plumários, com penas coloridas, eram usados pelos tupis antes mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil, tendo sido levados à Europa como itens valiosos para coleções europeias.
O governo brasileiro tem se dedicado a repatriar artefatos indígenas, como demonstrado pelo retorno de 585 peças do Museu de História Natural de Lille, na França, de mais de 40 povos diferentes. A devolução desses artefatos é um passo importante na preservação da memória e da cultura indígena, resgatando objetos de grande valor histórico e simbólico para as comunidades originárias do Brasil.