Justiça holandesa condena Braskem a indenizar vítimas do afundamento em Maceió por extração de sal-gema

A multinacional petroquímica Braskem foi condenada por um tribunal da Holanda a indenizar nove vítimas do afundamento provocado pela extração de sal-gema em Maceió, Alagoas. A decisão, que não determinou um valor específico a ser pago, exigiu que as partes envolvidas chegassem a um acordo sobre a compensação financeira. A Braskem ainda tem a opção de recorrer da sentença.

Essa ação, movida por nove pessoas atingidas pelo desastre ambiental, pode abrir precedente para futuros processos judiciais, segundo o advogado das vítimas, Silvio Almena. Em entrevista à Rádio Nacional, ele destacou a importância da decisão da corte holandesa, que reconheceu a responsabilidade da empresa pelos danos causados.

As vítimas argumentam que a Braskem e suas subsidiárias nos Países Baixos se beneficiaram economicamente das atividades de mineração no Brasil. Desde 2019, mais de 60 mil pessoas precisaram ser removidas de cinco bairros em Maceió devido ao afundamento do solo causado pela extração de sal-gema, utilizado na fabricação de diversos produtos, como soda cáustica, ácido clorídrico e bicarbonato de sódio.

Em resposta à decisão do tribunal holandês, a Braskem afirmou que as subsidiárias da empresa naquele país não têm ligação com o evento em Alagoas. A companhia destacou que já pagou mais de R$ 4 bilhões em indenizações e que os nove autores da ação já receberam uma proposta de compensação financeira.

O desfecho desse caso ressalta a importância da responsabilidade social e ambiental das empresas multinacionais atuando no Brasil. A decisão da corte holandesa serve como um alerta para que essas companhias operem de acordo com a legislação vigente, visando evitar danos e prejuízos às comunidades locais.

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