CPI da Manipulação de Jogos e Apostas pode investigar o STJD e denúncias de manipulação de jogos no futebol brasileiro

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas está em fase de investigação e análise minuciosa dos fatos que envolvem possíveis irregularidades no futebol brasileiro. Nesta quarta-feira (7), durante a sessão em que foram ouvidos três depoimentos, os senadores manifestaram preocupações em relação às decisões do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD).

O presidente da CPI, Jorge Kajuru, o relator da comissão, senador Romário, e o senador Carlos Portinho defenderam a convocação de membros do STJD para esclarecer questões relacionadas às punições aplicadas a atletas e dirigentes envolvidos em casos de manipulação de resultados no futebol.

O tema ganhou destaque durante o depoimento do presidente do Vila Nova Futebol Clube, major Hugo Jorge Bravo, que foi o primeiro dirigente esportivo a denunciar suspeitas de manipulação de partidas. Bravo relatou ter reunido provas e apresentado ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) informações sobre um jogador que teria sido aliciado por apostadores.

A Operação Penalidade Máxima, desencadeada pelo MP goiano, investigou denúncias de manipulação de resultados, incluindo o caso do volante Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como Romário, que teria aceitado uma proposta para cometer um pênalti em um jogo contra o Sport, pela Série B do Campeonato Brasileiro.

Durante a reunião, também foram ouvidas informações sobre a suposta dívida da filial brasileira da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa com a organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC). O ex-administrador da Santa Casa Global Brasil, Ricardo Gonçalves, negou as acusações e afirmou que não houve qualquer relação entre a instituição e grupos criminosos.

Além disso, o presidente da SIGA Latin America, Emanuel Medeiros, prestou esclarecimentos sobre o acordo de cooperação assinado com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para promover a integridade no esporte e prevenir casos de manipulação em apostas esportivas.

A CPI aprovou requerimento para investigar Wesley Cardia, ex-presidente da Associação Nacional de Jogos e Loteria, e solicitou a quebra de seu sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático. Cardia foi convocado a depor na comissão e, amparado por um habeas corpus, exerceu o direito ao silêncio diante das perguntas dos parlamentares.

Diante dos desdobramentos das investigações, a CPI segue em busca de informações e evidências que possam esclarecer e coibir a manipulação de jogos e apostas esportivas no país. Novos depoimentos e diligências estão previstos para os próximos dias, à medida que a comissão avança em seu trabalho de investigação.

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