De acordo com o ONS, nos últimos meses o volume de água que chega aos reservatórios das usinas hidrelétricas tem estado abaixo da média histórica, o que requer a adoção de medidas operativas adicionais e preventivas para garantir o abastecimento de energia nos períodos de maior demanda, principalmente durante a noite e nos meses de outubro e novembro.
Apesar das recomendações, o ONS assegura que não há problemas no atendimento energético, e que o Sistema Interligado Nacional (SIN) possui recursos suficientes para suprir a demanda por energia. Atualmente, o nível de Energia de Armazenamento (EAR) dos reservatórios do Subsistema Norte está em 80,96%, comparado a 85,6% no mesmo período do ano passado.
Em relação à geração de energia, no final de julho a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a bandeira tarifária verde para o mês de agosto, devido às condições favoráveis para a geração de energia no país, impulsionadas pelo volume de chuvas na Região Sul em julho.
O cenário também levanta preocupações em relação à produção de energia solar. Segundo o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro, a queda na produção de energia solar no final do dia impacta na geração total de energia do país, o que tem sido compensado pelas usinas hidrelétricas. Entretanto, com o período seco, as usinas não possuem reservatórios suficientes para cobrir essa lacuna.
A expansão da geração de energia solar no Brasil é apontada como uma solução para esse problema, já que pode se tornar uma questão estrutural se não houver investimento em reservatórios e outras fontes de energia. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) destaca que o país alcançou 39 gigawatts de potência instalada de energia fotovoltaica neste ano, com um aumento significativo na geração de energia solar.