Sindicatos de servidores pedem fim da contribuição previdenciária de inativos em reunião na Câmara dos Deputados

Na tarde desta terça-feira (3), sindicatos de servidores públicos compareceram à Câmara dos Deputados para pedir a aprovação de propostas de emenda à Constituição (PECs) que visam extinguir a cobrança da contribuição previdenciária de servidores inativos, como aposentados e pensionistas. Durante a reunião da Comissão de Legislação Participativa, os representantes dos sindicatos expuseram a importância da PEC 6/24, que propõe o fim gradativo das contribuições ao longo de dez anos, e da PEC 555/06, que prevê a extinção imediata do encargo.

A deputada Carla Ayres (PT-SC) propôs o debate na comissão e destacou a necessidade de estratégias para garantir o apensamento da PEC 6 à PEC 555, com o intuito de evitar o arquivamento da proposta de 2006 por atingir o prazo limite de tramitação. A cobrança da contribuição previdenciária teve início após a promulgação da Emenda Constitucional 41, em 2003, abrindo a possibilidade de incidência sobre a remuneração de aposentados e pensionistas do serviço público.

Durante a audiência, Rodrigo Rodrigues, da CUT, mencionou a possibilidade de compensar as perdas de arrecadação do governo federal com a inclusão de novas categorias de trabalhadores da ativa no sistema previdenciário, como os motoristas de aplicativo. Por outro lado, a coordenadora-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União, Lucena Martins, criticou o princípio da solidariedade utilizado pelo STF para declarar a constitucionalidade da Emenda 41, classificando a situação como bitributação.

José Carlos Panatto, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, argumentou que o fim da contribuição previdenciária de inativos poderia trazer benefícios econômicos, como aumento da arrecadação com Imposto de Renda e estímulo à atividade econômica. Representantes de outros sindicatos e movimentos também estiveram presentes na audiência, enquanto o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, justificou sua ausência por incompatibilidade de agenda.

Em resumo, a reunião da Comissão de Legislação Participativa foi marcada por debates acalorados sobre a cobrança da contribuição previdenciária de servidores inativos, com argumentos a favor e contra a extinção do encargo. A decisão final caberá ao Congresso Nacional, que deverá avaliar os impactos econômicos e sociais de eventuais mudanças na legislação previdenciária.

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