Especialistas em educação defendem inclusão de metas internacionais no próximo Plano Nacional de Educação para melhorar aprendizado dos estudantes.

Na tarde desta quarta-feira (11), especialistas em educação se reuniram na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para discutir a inclusão de metas e competências avaliadas em sistemas de ensino internacionais no próximo Plano Nacional de Educação (PNE). O debate foi solicitado pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP) e contou com a participação de Fábio Gomes, gestor público e especialista em educação.

Gomes enfatizou a importância das avaliações internacionais de larga escala como um padrão de referência, destacando que as avaliações realizadas no Brasil não são comparáveis aos padrões utilizados pelos principais países do mundo. Segundo ele, as avaliações internacionais focam na aprendizagem de conteúdos específicos e permitem a comparação da qualidade da educação entre diferentes nações, algo que as avaliações nacionais, como o Saeb, não proporcionam.

Outro ponto abordado durante o debate foi a participação do Brasil em avaliações internacionais como o Pirls, o Timss e o Pisa, cujos resultados têm mostrado estagnação abaixo da média desde o ano 2000. Douglas Vilhena, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, destacou que os estudantes brasileiros apresentam desempenho inferior à média global em áreas como leitura, matemática e ciências.

Além disso, a necessidade de adequação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aos modelos internacionais de avaliação também foi mencionada durante o debate. Rubens Lacerda Júnior, diretor de avaliação da Educação Básica no Inep, ressaltou a importância de alinhar o currículo nacional com as demandas das avaliações internacionais para garantir uma construção do conhecimento uniforme entre os estudantes.

Claudia Costin, ex-diretora global de educação do Banco Mundial, destacou a evolução dos objetivos da educação no Brasil com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, ressaltando a importância de monitorar e avaliar a aprendizagem. Dados recentes apontam que 44% das crianças de escolas públicas brasileiras não estavam alfabetizadas ao final do segundo ano, evidenciando a necessidade de aprimoramento no sistema educacional.

Diante dessas discussões, fica evidente a importância de considerar as avaliações internacionais como um instrumento para melhorar a qualidade da educação no Brasil e garantir que os estudantes estejam preparados para competir em um cenário global cada vez mais exigente. A inclusão de metas e competências internacionais no próximo PNE pode ser um passo significativo nesse sentido.

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