A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que utiliza radiofármacos, que são moléculas combinadas com elementos radioativos, para fins de diagnóstico e tratamento de doenças. Essas moléculas são injetadas no paciente e têm a capacidade de revelar tanto a forma quanto o funcionamento de órgãos como o coração, cérebro, tireoide, rins, fígado e pulmões. Isso possibilita a identificação de diversas condições, desde embolia pulmonar até doenças renais, câncer e a doença de Alzheimer.
Além do diagnóstico, os radiofármacos também são utilizados no tratamento de condições como o hipertireoidismo e o câncer de tireoide. No caso do “teranóstico”, a mesma molécula é ligada a dois tipos de elementos radioativos, um para o diagnóstico e outro para o tratamento da doença.
A vantagem do “teranóstico” é que ele permite que os médicos triem os pacientes e saibam se eles vão responder ao tratamento a partir do exame de imagem. Recentemente, essa técnica tem mostrado resultados promissores em pacientes com câncer de próstata que não responderam a outros tratamentos. O processo começa com o diagnóstico, que utiliza uma molécula conhecida como PSMA, presente em maior quantidade na membrana das células tumorais. Essa molécula é ligada a um material radioativo e captada pelo tumor, revelando suas características e localização. Em seguida, a mesma molécula é associada a outro elemento radioativo que tem o poder de destruir as células cancerosas.
Essa abordagem tem a vantagem de levar a radiação ao local exato do tumor, mesmo quando está espalhado pelo corpo, buscando evitar ao máximo atingir células saudáveis. Isso causa menos efeitos colaterais e melhora a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes. É um tratamento sistêmico, bem direcionado, capaz de levar o remédio certo ao local exato do tumor, proporcionando bons resultados em casos que não respondiam bem ao tratamento oncológico padrão.
Espera-se que com a descoberta de novas moléculas, seja possível desenvolver terapias cada vez mais personalizadas para diferentes tipos de tumores. É importante ressaltar que os exames e tratamentos com radiofármacos são procedimentos seguros, com raros eventos adversos. No entanto, é necessário ampliar o acesso a esses exames e tratamentos, além de priorizar os investimentos para garantir a produção dos insumos necessários.