Além de possuir a maior população indígena, a Terra Indígena Yanomami também é a maior em área, abrangendo 9,5 milhões de hectares. Essa extensão territorial equivale aos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos. O povo yanomami é um dos maiores grupos indígenas da América do Sul e vive nas florestas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela.
A realização do censo em áreas remotas apresenta diversos desafios logísticos. O acesso rodoviário é impraticável em muitos casos, exigindo o uso de diferentes formas de locomoção, como embarcações, aviões e helicópteros. As aldeias indígenas são dinâmicas, com as comunidades se deslocando para obter melhores condições e recursos naturais. Isso demanda uma atualização constante da cartografia censitária durante o planejamento da operação.
Para garantir a eficiência da coleta de dados, o IBGE utilizou recursos que incluem informações geoespaciais de referência e a colaboração de guias comunitários indígenas. O trabalho de coleta na Terra Indígena Yanomami contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, que disponibilizou três helicópteros para auxiliar na realização do censo. Apesar dos desafios, a fase mais complexa da coleta nessa região foi concluída com sucesso.
Os yanomamis têm um estilo de vida marcado pela mobilidade territorial, com deslocamentos frequentes devido às condições ambientais, necessidades de cuidados de saúde e outros fatores sociais e étnicos. Essa característica exigiu o monitoramento constante das comunidades para garantir a eficácia do recenseamento.
As inovações e desafios enfrentados durante o censo na Terra Indígena Yanomami estão sendo documentados pelo IBGE, servindo de referência para outras instituições que enfrentam dificuldades semelhantes em regiões de difícil acesso e com populações indígenas. A experiência da operação yanomami é reconhecida internacionalmente como uma das mais desafiadoras no censo demográfico.