Agentes envolvidos em operação no RJ são criticados pela falta de câmeras em suas fardas, após resultar em um óbito.

Na madrugada desta segunda-feira (7), um adolescente de 13 anos, identificado como Thiago Menezes Flausino, foi assassinado a tiros por policiais do Batalhão de Choque, tropa de elite da Polícia Militar (PM), na principal rua de acesso à Cidade de Deus, comunidade em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Um fato que chama a atenção é que os policiais não estavam utilizando as câmeras de segurança nos uniformes, descumprindo uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

A assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou, em nota, que está em fase de elaboração uma resolução conjunta com a Secretaria de Estado de Polícia Civil para regulamentar o uso do equipamento pelas forças especiais. A resolução já foi enviada ao STF e será respeitada conforme determinação da Corte.

Segundo a versão da PM, os policiais estavam realizando policiamento quando dois homens em uma motocicleta atiraram contra eles. Após o confronto, um adolescente foi encontrado ferido e não resistiu aos ferimentos. A polícia afirmou que apreendeu uma pistola calibre 9 mm no local. A área foi isolada e a Delegacia de Homicídios da capital foi acionada. A corporação já instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias do crime.

Porém, os moradores da comunidade têm uma versão diferente. O tio de Thiago, Hamilton Bezerra Flausino, afirmou no Instituto Médico Legal (IML) que o adolescente era estudante, praticava futebol, frequentava a igreja e não tinha envolvimento com o crime. Ele ressaltou que os dois homens na moto não representavam perigo aos policiais.

A mãe de Thiago, Priscila Menezes, também compareceu ao IML e declarou que o filho era indefeso e não andava armado. Ela revelou que Thiago sonhava em ser jogador de futebol profissional e tinha talento na modalidade. Abalada, Priscila disse que o sonho do filho foi interrompido.

Em resposta ao incidente, o Jornal comunitário Voz das Comunidades organizou um protesto em repúdio à morte de Thiago. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro também lamentou o ocorrido e está acompanhando o caso. A instituição já solicitou a cópia do inquérito policial à Delegacia de Homicídios da Capital e as imagens das câmeras à Corregedoria da Polícia Militar.

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