O maestro Sammy Fuks, professor da Academia Juvenil, enfatizou a importância do momento para os jovens estudantes de música. Ele afirmou que tocar em uma orquestra profissional é o sonho de todo jovem músico e, por isso, a OPS busca proporcionar essa oportunidade para que eles vivenciem essa experiência única. Fuks também mencionou o entusiasmo dos alunos, que, apesar de ansiosos, estão se preparando para apresentar um excelente desempenho ao lado de seus professores e dos músicos da orquestra.
Durante o concerto, tanto Fuks quanto o regente Tomaz Soares se apresentarão como solistas. Fuks é flautista e Soares, violinista, ambos músicos da OPS. O maestro Fuks revelou que alguns alunos nunca tiveram a oportunidade de pisar no palco do Theatro Municipal para realizar uma apresentação musical, tornando essa ocasião ainda mais especial e emocionante para eles.
O repertório do concerto conjunto abrangerá desde músicas clássicas até populares, incluindo obras de renomados compositores como Beethoven, Bizet, Brahms e Villa-Lobos. Além disso, será apresentada uma obra sinfônica dos artistas brasileiros Sivuca e Glória Gadelha, intitulada “Feira de Mangaio”, com arranjos feitos pela violinista Ágatha Lima, ex-aluna da Academia Juvenil, que atualmente realiza um pós-graduação em Viena, na Áustria.
No total, 71 músicos estarão no palco durante o concerto de integração, sendo 29 deles alunos da Academia Juvenil e 27 músicos da Orquestra Petrobras Sinfônica. Além disso, 15 professores do projeto também participarão da apresentação e outros 15 músicos convidados, entre jovens universitários e concertistas egressos da própria Academia Juvenil.
A diversidade é um aspecto que chama a atenção nesse projeto. Segundo o maestro Soares, os alunos provêm de diferentes origens, gêneros e credos, o que torna a representatividade em cena cada vez mais ampla. Dos alunos da academia, 60% são pretos e pardos, e 30% são mulheres, o que, na visão de Soares, tem um impacto positivo no futuro da música de concerto.
A Academia Juvenil da OPS oferece um ciclo de estudo de dois anos, de forma gratuita, para jovens provenientes de escolas de música e orquestras comunitárias. Esse ciclo prepara os alunos para o teste de habilidade específica (THE), exigido para ingresso nas faculdades de música das universidades federais. No Rio de Janeiro, esses cursos são oferecidos pela UFRJ e pela Unirio.
Monique Andries, coordenadora pedagógica da Academia Juvenil, ressaltou a importância do concerto de integração, destacando que o projeto já atendeu 150 alunos desde sua criação. Inicialmente, o projeto se restringia a cordas, mas, posteriormente, se expandiu para instrumentos de sopro e percussão. Atualmente, 29 alunos participam do ciclo de estudo de dois anos, e a média de aprovação no THE tem sido de aproximadamente 97%.
É necessário ressaltar os critérios para ingresso na Academia Juvenil da OPS. Os interessados precisam ter conhecimento prévio de um instrumento musical e habilidades de leitura de partitura e solfejo. Uma audição é realizada anualmente para selecionar os candidatos mais avançados. A idade mínima para participação é de 15 anos e a máxima, 20 anos. O objetivo do projeto é formar músicos que buscam profissionalização e almejam ingressar em universidades de música federais.
Com 48 anos de existência, a Orquestra Petrobras Sinfônica é uma das mais renomadas do país. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se destaca por sua expressividade e pluralidade, transitando por diferentes estilos e linguagens musicais. O maestro titular da OPS é Isaac Karabtchevsky, uma figura consagrada tanto nacional quanto internacionalmente.