No cenário político argentino, as sondagens de intenção de voto estão gerando dúvidas sobre quem será o vencedor. De acordo com as pesquisas, a oposição deve obter cerca de 35% dos votos, no entanto, há variações em relação aos candidatos que lideram, seja Patricia Bullrich ou Horacio Rodríguez Larreta. A maioria das pesquisas indica uma vantagem para Patricia Bullrich.
Segundo a pesquisa da M&F, a dupla Bullrich e Larreta alcança 34,8%, sendo 18,4% para Larreta e 16,4% para Bullrich. A coligação governista deve conquistar 31,7% dos votos. Por sua vez, o candidato da extrema-direita, Javier Milei, aliado de Bolsonaro, receberia 17% dos votos.
Já a Consultora Circuitos vê a coligação Juntos Pela Mudança com 35,8% dos votos, mas Bullrich liderando com 20,9% e Larreta atrás com 13,9%. A coligação governista soma 30,9% dos votos, enquanto Milei fica com 14,9%.
O problema enfrentado nas pesquisas atualmente é que sete em cada dez pessoas não querem responder. Não se sabe se isso ocorre por abstenção ou indignação com a política. As pesquisas sempre medem o mesmo segmento de pessoas que aceitam responder, o que leva a resultados variáveis. Javier Milei poderia ter 15%, 19% ou 21% dos votos. Esse é o número que pode levar a disputa ao segundo turno, que está marcado para 19 de novembro.
Para avaliar o desempenho dos candidatos e suas chances de eleição em outubro, há alguns “números mágicos”. A expectativa atual é de que a oposição Juntos pela Mudança obtenha 35% dos votos, a coligação governista União pela Pátria fique em torno de 30% e Javier Milei tenha cerca de 20% dos votos. Segundo Lucas Romero, se a União pela Pátria estiver um pouco acima desses números e Milei um pouco abaixo, seria considerado um bom desempenho. Qualquer resultado abaixo desses números seria considerado um mau resultado. Isso implica em ganhar as eleições no caso de Juntos pela Mudança, ou continuar competitivo no caso de Sergio Massa, evitando uma derrota histórica para o peronismo.
Esses números têm impacto direto nos mercados, que reagirão a partir de segunda-feira. Caso Sergio Massa tenha um bom desempenho, os mercados entenderão que a política econômica do improviso continuará e que não haverá correções na economia, resultando em uma reação negativa. Por outro lado, se Massa tiver um mau desempenho, os mercados reagirão positivamente, pois acreditam que qualquer novo governo será melhor do que o atual, considerando que a oposição promete reformas.
Na oposição, se Patricia Bullrich vencer e Javier Milei tiver um mau desempenho, pode haver uma migração de votos úteis de Milei para Bullrich, confirmando que essas primárias funcionam como um primeiro turno.
Nesta quarta-feira (09/08), a Argentina foi abalada com a morte de uma menina de 11 anos, que foi assaltada e morta a caminho da escola. Esse caso comoveu o país e levou os candidatos a suspenderem suas campanhas eleitorais. Os analistas não acreditam que esse episódio terá um grande impacto no voto popular, mas, se acontecer, pode beneficiar Patricia Bullrich, que foi ministra da Segurança e defende uma abordagem mais rígida contra a criminalidade.
Os resultados das eleições argentinas terão grande influência nos mercados, que estão atentos a essas sondagens e reagirão de acordo com os resultados. As expectativas e incertezas geram debates e expectativas entre os analistas políticos e econômicos, que aguardam ansiosos pelos resultados das eleições e suas consequências.