Embora tenha agido dessa maneira, o fotógrafo relatou ter sido agredido, xingado e ameaçado com uma arma de choque em outros momentos. Alguns parlamentares que solicitaram sua convocação levantaram suspeitas sobre sua relação com os vândalos, especialmente devido às imagens em que ele apagava fotos e cumprimentava um invasor.
Adriano Machado defendeu que estava apenas exercendo sua profissão e que contava com equipamentos de segurança, como colete à prova de balas e máscara de gás. Em relação ao momento do cumprimento, ocorrido após a invasão da antessala do gabinete da Presidência, ele explicou que foi abordado por um dos invasores, que pediu para que apagasse as fotos. Para evitar problemas, decidiu cumprimentá-lo.
Logo após o depoimento inicial de Machado, a senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, afirmou que não via relação entre o fotógrafo e a investigação da comissão. Por outro lado, o deputado Delegado Ramagem acusou o fotógrafo de ter auxiliado os vândalos, afirmando que ele dirigiu uma cena de dano ao patrimônio público.
O deputado Pr. Marco Feliciano sugeriu que Machado poderia ter dado voz de prisão aos invasores, em vez de continuar registrando os acontecimentos passivamente. O fotógrafo, por sua vez, reafirmou que sua função era a de fotojornalista.
O deputado Rogério Correia destacou que as acusações contra o fotógrafo não se sustentam, afirmando que a narrativa de que havia infiltrados promovendo atos violentos foi desmentida.
Durante o depoimento, Adriano Machado também mencionou que, ao se deslocar para o Palácio do Planalto, observou a presença de efetivos da Força Nacional perto do Ministério da Justiça. Essa informação levantou suspeitas de que houve pouca resistência à invasão, já que esse efetivo não teria sido deslocado para o Planalto.
Outro ponto discutido durante a sessão foi a apreensão das imagens das câmeras de segurança do Ministério da Justiça no dia 8 de janeiro. Alguns membros da CPI cobraram a entrega dessas imagens, mas o presidente da comissão, deputado Arthur Oliveira Maia, afirmou que está cuidando do caso e que não vê necessidade de confronto com o ministério.
Além disso, a base do governo solicitou a investigação do caso dos presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que teriam sido vendidos e readquiridos de maneira ilegal. No entanto, Maia afirmou que isso não é objeto da CPI Mista.
Diante de todas as discussões, a relatora Eliziane Gama considerou possível abordar alguns desses fatos na linha de apuração que busca esclarecer o financiamento dos atos do 8 de janeiro.
Com isso, o depoimento de Adriano Machado trouxe à tona mais questionamentos sobre a atuação do fotógrafo durante a invasão do Palácio do Planalto, levando tanto parlamentares quanto a opinião pública a analisarem sua participação no evento.








