Durante uma entrevista ao canal estatal CanalGov e à rádio EBC, a ministra ressaltou a importância de o texto ter incluído a meta de não atingir o ponto de não retorno na Amazônia. Esse ponto é quando o desmatamento ultrapassa um limite que permite a recuperação da floresta, resultando em um processo de desertificação. Marina também destacou que o Brasil já possui uma meta de zerar o desmatamento.
Apesar de não ter sido incluída na declaração conjunta, devido a falta de consenso com os outros países, a ministra afirmou que o Brasil está trabalhando para alcançar o desmatamento zero até 2030. Desde que o governo assumiu, segundo ela, tem sido feito um esforço conjunto com parceiros e governos estaduais para reduzir a taxa de desmatamento.
A inclusão da meta de acabar com o desmatamento no bioma era defendida pelo governo do presidente Lula, enquanto o presidente colombiano, Gustavo Petro, liderava a defesa do banimento da exploração de petróleo na Amazônia. No entanto, ambos os compromissos foram deixados de fora do texto final da declaração.
A ministra também comentou sobre o pedido da Petrobras para explorar petróleo na bacia da Foz do Amazonas. Em maio, a licença para a perfuração foi negada pelo Ibama devido aos riscos ambientais na região. A Petrobras recorreu da decisão e o pedido está sendo analisado novamente pelo órgão fiscalizador.
Marina afirmou que tanto o Ibama quanto o ministério não facilitam nem dificultam o processo de licenciamento. Ela ressaltou que as análises técnicas são respeitadas e que o Ibama irá analisar o recurso apresentado pela Petrobras de forma imparcial. A ministra também destacou a concessão de mais de 2.000 licenças para a Petrobras pelo Ibama, afirmando que não há posicionamento político ou ideológico no processo de licenciamento.