Assim como outras etnias da Amazônia, os Puyanawa enfrentaram expropriação de terras, separações familiares, assassinatos e doenças após o contato com os invasores não indígenas. Muitos foram forçados a trabalhar nos seringais e proibidos de praticar seus costumes tradicionais, resultando em uma sobreposição com a cultura ocidental branca que ainda é visível na sociedade local.
O cacique Joel Puyanawa, um dos líderes da comunidade, relata que seu povo foi identificado em 1905 e capturado em 1910, permanecendo escravizado até a morte do coronel Mâncio Lima em 1950. Esse coronel foi um dos maiores seringalistas do Acre e o principal responsável pela opressão dos povos indígenas da região.
Apenas a partir de 2012 é que os Puyanawa conseguiram o direito de usar seu próprio nome nas certidões de nascimento. A retomada da cultura Puyanawa começou nesse período e tem sido um processo gradual. A língua puyanawa estava quase extinta em 1983, com apenas 16 falantes, mas hoje é ensinada nas escolas indígenas da região. Os Puyanawa também resgataram conhecimentos sobre artesanato e medicina ancestral, contando com a ajuda de outros povos indígenas, como os Ashaninka.
O artesanato é parte fundamental da identidade dos Puyanawa e tem sido uma das principais maneiras de fortalecer sua cultura. A comunidade produz uma variedade de itens, como vestuário, adornos e objetos cerimoniais, utilizando técnicas tradicionais e materiais naturais. A comercialização desses produtos é controlada para evitar a predatória da fauna local.
Outra tradição importante para os Puyanawa é a produção de farinha de mandioca, que se tornou também uma fonte de renda para a comunidade. Além disso, os indígenas cultivam milho, feijão, frutas e outras culturas, o que lhes permitiu enfrentar a pandemia sem depender de doações de alimentos.
Os Puyanawa têm sido fortemente comprometidos com a preservação do meio ambiente e o reflorestamento de seu território. Sua luta pela preservação da cultura e do meio ambiente é reconhecida por empreendedores e influenciadores, que acreditam no potencial do turismo de base comunitária como uma alternativa econômica para as comunidades tradicionais.
A visita dos influenciadores digitais, como a jornalista Nathalia Arcuri, criadora do canal Me Poupe!, proporcionou trocas de saberes e fortaleceu os Puyanawa. Nathalia ficou impressionada com a visão dos indígenas em relação ao dinheiro, que é entendido como oportunidade e acesso, não como acumulação.
Os Puyanawa estão determinados a preservar sua cultura, fortalecer sua identidade e criar um futuro sustentável para sua comunidade. A visita dos influenciadores digitais trouxe visibilidade para sua causa e abre caminho para o desenvolvimento de projetos de turismo de base comunitária que valorizem e respeitem sua cultura ancestral.