Políticos se pronunciam sobre declarações de Zema a respeito da instalação da frente Sul-Sudeste.

Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, publicada no último final de semana, o governador de Minas Gerais Romeu Zema defendeu a criação de uma frente política entre os estados das regiões Sul e Sudeste. Segundo Zema, essa união seria necessária para que a região pudesse ter um “protagonismo político” diante da atuação dos políticos das outras regiões do país. O governador mencionou o Consórcio Sul, Sudeste (Cossud) como uma possível solução para essa questão, porém, ele acredita que o consórcio ainda está atrás dos consórcios de governadores do Norte e do Nordeste, que aparentemente estão mais politicamente organizados.

A declaração de Romeu Zema gerou uma ampla repercussão no meio político. O presidente do Consórcio Nordeste, João Azevedo, afirmou que a fala do governador mineiro indica um movimento de rivalidade entre as regiões, podendo tensionar ainda mais a relação entre o Sul, o Sudeste e o Norte e Nordeste, que, historicamente, têm sido penalizadas nos projetos nacionais de desenvolvimento.

Outros governadores também se manifestaram sobre o assunto. João Azevêdo, governador da Paraíba, ressaltou que os consórcios Nordeste não têm qualquer intenção separatista, e que eles apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático e inclusivo, onde a união e a reconstrução são fundamentais. O governador do Pará, Helder Barbalho, que é o presidente do Consórcio da Amazônia Legal, destacou que é um equívoco estimular a competição entre as diferentes regiões do país, defendendo assim a união federativa.

Diante das repercussões, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, comentou que Minas Gerais não cultiva a cultura da exclusão e relembrou o exemplo de Juscelino Kubitschek, que promoveu a lógica da união nacional ao interiorizar e integrar o Brasil. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, destacou que a opinião de Zema é pessoal e que ele participa do Consórcio do Sudeste para colaborar com o desenvolvimento do país e facilitar o diálogo com as demais regiões.

Por fim, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a união entre os estados fortalece o Brasil como um todo, e que nunca acreditou que o Norte e o Nordeste estivessem contra as demais regiões. Leite destacou que a união desses estados serviu de inspiração para que os outros também pudessem unir-se em torno de pautas de interesse comum. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, destacou a importância da união e repudiou qualquer tentativa de divisão regional.

Diante das repercussões, Romeu Zema esclareceu que houve uma distorção dos fatos e que a união do Sul e Sudeste não tem intenção de diminuir outras regiões, mas sim de somar esforços em prol do país.

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