O partido governista Morena e seus aliados conseguiram obter os dois terços de votos necessários para a aprovação da reforma, com um placar final de 86 votos a favor e 41 contra. A medida foi comemorada pelos senadores governistas, mas gerou protestos, greve de funcionários do Judiciário e instabilidade no mercado financeiro. A expectativa é de que a reforma entre em vigor assim que for publicada no diário oficial do México.
A aprovação da reforma ocorreu em meio a um intenso debate político, com a coalizão governista enfrentando desafios para obter a maioria necessária. No entanto, um legislador da oposição acabou votando a favor do projeto, enquanto outro não pôde comparecer à votação, levantando suspeitas de irregularidades.
Para o presidente Andrés Manuel López Obrador, essa reforma é vital para restaurar a integridade do Judiciário mexicano e garantir que ele atenda aos interesses do povo. No entanto, críticos temem que a medida possa concentrar excessivo poder nas mãos do partido Morena, o que poderia afetar a separação de poderes e o Estado de Direito.
A repercussão da reforma já é sentida nos principais parceiros comerciais do México, como os Estados Unidos e o Canadá, que alertaram sobre possíveis impactos negativos nos investimentos e no pacto comercial entre os três países. Além disso, a instabilidade política gerada pela aprovação da reforma afetou os mercados financeiros, com a desvalorização do peso mexicano desde as eleições presidenciais.
A futura presidente do México, Claudia Sheinbaum, que assumirá o cargo em outubro, terá o desafio de lidar com as consequências da reforma judicial, que promete ser um tema central em seus primeiros meses de mandato. Resta agora acompanhar de perto os desdobramentos dessa decisão e os impactos que ela poderá ter no cenário político e econômico do país.