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Aborto legal em São Paulo: Secretaria de Saúde reporta ‘negativa momentânea’ em hospital da capital ao STF

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo enviou informações ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (3) sobre um caso de aborto legal que foi inicialmente negado em um hospital da capital paulista. De acordo com a secretaria, a paciente, uma mulher de 26 anos cuja identidade não foi revelada, buscou o procedimento no Hospital Doutor Fernando Mauro Pires da Rocha no dia 21 de junho deste ano.

A paciente foi atendida pelo Programa de Atendimento à Vítimas de Violência Sexual, mas recebeu uma “negativa momentânea” para a realização do aborto legal no hospital. Posteriormente, ela foi encaminhada para outra unidade hospitalar, onde o procedimento foi realizado no dia 30 de junho.

Além desse caso, outros hospitais municipais também foram consultados pelo STF sobre pedidos de aborto legal negados. O Hospital Tide Setúbal relatou um caso de uma paciente que não teve o procedimento realizado devido a uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proibia a assistolia. Após a suspensão dessa norma por decisão do ministro Alexandre de Moraes, a paciente acabou realizando o aborto em outro estado.

Outros hospitais consultados informaram que não receberam pedidos para realização de aborto legal ou que não realizam o procedimento desde determinada data. A Secretaria Municipal de Saúde reiterou ao ministro Moraes que tem orientado a rede municipal a cumprir a legislação que permite o aborto nos casos previstos em lei.

No mês de maio, Moraes suspendeu a resolução do CFM que proibia a assistolia fetal, permitindo assim a realização do procedimento nos casos determinados pela legislação. O ministro considerou que a resolução do conselho extrapolava as competências legais ao proibir a assistolia em casos de gravidez resultante de estupro.

Com essa decisão e as orientações da Secretaria Municipal de Saúde, a expectativa é que os casos de aborto legal sejam atendidos de acordo com a legislação vigente, garantindo o acesso das mulheres a esse direito garantido por lei.

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