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Presidente do STF critica atuação “controvertida” da Corte no combate à corrupção durante evento na ABL no Rio de Janeiro

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, fez uma declaração polêmica durante um evento na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (30). Barroso afirmou que a atuação da Corte no enfrentamento à corrupção tem sido “controvertida”, gerando discussões e controvérsias entre os membros do tribunal e a sociedade.

Durante uma palestra na ABL, Barroso destacou decisões recentes do STF que, segundo ele, têm contribuído para a proteção da democracia e dos direitos humanos no Brasil. Entre essas decisões estão a validação da política de cotas raciais, a liberação do aborto nos casos de fetos anencéfalos e o fim do nepotismo.

No entanto, ao abordar o tema do combate à corrupção, Barroso mencionou decisões do tribunal que geraram controvérsias, como a revogação da prisão automática após a segunda instância, a anulação de um processo de desvio de R$ 40 milhões em uma empresa estatal e o entendimento de que o Congresso Nacional deveria deliberar sobre a prisão de um senador envolvido em um escândalo de propina.

O ministro também mencionou a decisão que considerou o ex-juiz Sérgio Moro parcial e anulou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato. Essas medidas, segundo Barroso, geraram críticas acaloradas e polarizaram ainda mais a sociedade.

Apesar das controvérsias, Barroso ressaltou que o papel do STF é cumprir o que está definido na Constituição. Ele afirmou que, ao longo dos quase 36 anos da Constituição de 1988, o Poder Judiciário, com o STF à frente, tem contribuído para a preservação da democracia e a proteção dos direitos fundamentais.

Na próxima quinta-feira (1º), o plenário do STF retomará as sessões, que estavam suspensas devido ao recesso de julho. Na pauta de julgamentos estão a constitucionalidade de uma lei de Mato Grosso do Sul sobre informação da velocidade da internet e uma ação do Partido Novo contra a Emenda Constitucional 123, que estabeleceu o estado de emergência e liberou o pagamento de benefícios sociais em ano eleitoral.

Dessa forma, as decisões do STF continuam sendo alvo de debate e análise dentro e fora dos tribunais, demonstrando a complexidade e a importância do papel da Suprema Corte na sociedade brasileira.

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