Comissão de Direitos Humanos aprova projeto que insere figura do cuidador de pessoa idosa no Estatuto do Idoso.

Na última quarta-feira, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou o projeto que visa inserir no Estatuto do Idoso a figura do cuidador de pessoa idosa e exemplificar suas atribuições. Proposto pelo senador Flávio Arns (PSB-PR), o projeto de Lei 3.242/2020 recebeu voto favorável da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), relatora da matéria, e agora seguirá para análise pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

De acordo com o projeto, o cuidador de pessoa idosa é definido como aquele que auxilia ou presta cuidados básicos e essenciais ao idoso, visando sua autonomia, independência e bem-estar, seja ou não membro da família, seja de forma remunerada ou voluntária, de forma temporária ou permanente. Suas tarefas podem ser exercidas em diversos locais, incluindo domicílios, hospitais e instituições de longa permanência.

O senador Flávio Arns destacou que a atual legislação não reconhece adequadamente os cuidadores de idosos e que seu projeto busca corrigir essa falha, especialmente diante do crescente número de cuidadores, impulsionado pelo envelhecimento da população. Em 2019, o Congresso Nacional aprovou um projeto que tratava da regulamentação da profissão de cuidador de idosos, mas o projeto foi vetado e o veto foi mantido pelos parlamentares.

A relatora, senadora Mara Gabrilli, concordou com a necessidade de reconhecer os cuidadores na legislação e apresentou emenda de redação para substituir a expressão “cuidador do idoso” por “cuidador da pessoa idosa” em todo o texto do projeto. A senadora Zenaide Maia elogiou a iniciativa, mas ressaltou a importância de mais recursos para políticas voltadas ao amparo de pessoas idosas. Já a senadora Leila Barros reconheceu as falhas do poder público no apoio aos idosos e parabenizou o autor e a relatora da matéria.

Além disso, o projeto estabelece que as funções do cuidador devem ser pautadas pela ética do respeito, da solidariedade e da dignidade da pessoa humana, e que a administração de medicamentos e outros procedimentos de saúde deve ser autorizada e orientada por profissional de saúde habilitado. O texto também determina que o poder público adote medidas para capacitar e valorizar os cuidadores.

O presidente da comissão, senador Paulo Paim, destacou a importância do projeto e ressaltou que a matéria estava sendo votada na reunião de número 100 da CDH no ano de 2023. O projeto agora seguirá para análise pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e, se aprovado, poderá se tornar lei, garantindo o reconhecimento e a valorização dos cuidadores de pessoas idosas em todo o país.

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