Novo presidente da Argentina enfrenta desafios e oposição após decreto de desregulamentação da economia.

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, baixou um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) para desregulamentar a economia do país, mas as medidas anunciadas já enfrentam oposição e críticas por parte da Câmara e do Senado, da Justiça e de movimentos sociais.

Segundo o economista e historiador argentino, Osvaldo Coggiola, as medidas anunciadas pelo novo presidente contrariam a Constituição argentina e o Código Penal, o que provavelmente resultará em ações judiciais e crise política. Coggiola também ressaltou que as medidas podem não estimular investimentos imediatamente, pois é necessário garantir estabilidade política e apoio parlamentar.

Apesar de ter sido eleito com uma significativa porcentagem do eleitorado, Milei enfrenta desafios para implementar suas reformas econômicas, já que seu partido Liberdade Avança não detém uma maioria parlamentar sólida. Além disso, a maxidesvalorização da moeda e a possibilidade de os preços internos serem estabelecidos pelo mercado internacional também geram preocupações.

O DNU possui 336 artigos que afetam diversos setores da economia argentina, incluindo empresas públicas, regulamentação de medicamentos e serviços de internet via satélite. A publicação das medidas já resultou em manifestações e panelaços em diversas regiões de Buenos Aires.

O governo tem o prazo de dez dias úteis para enviar o decreto a uma comissão mista do parlamento, que terá o mesmo prazo para analisar a validade do decreto. A norma não pode ser modificada pelo legislativo, apenas aprovada ou rejeitada. Para a aprovação, basta a anuência de uma das casas do Congresso.

Dessa forma, o governo de Milei enfrenta desafios significativos para implementar suas reformas econômicas, sob risco de enfrentar resistência no parlamento, críticas da sociedade e questionamentos na Justiça. A aprovação das medidas ainda depende de uma articulação política eficaz para garantir o sucesso das reformas propostas pelo novo presidente da Argentina.

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