O sigilo sobre o relatório final foi levantado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, relator do inquérito que conduziu as investigações. O esquema teve início em novembro de 2021, quando Mauro Cid pediu a seu colega sargento do Exército, Luis Marcos dos Reis, ajuda para obter um cartão de vacinação falso para sua esposa, Gabriela Santiago Cid.
Com a ajuda do médico Farley Vinicius de Alcântara, o cartão de vacinação foi obtido e preenchido com informações falsas, provenientes de um cartão de uma enfermeira vacinada em Cabeceiras (GO). Após tentativas malsucedidas de inserir os dados no sistema ConecteSUS, o esquema contou com a participação de outros militares e autoridades locais para completar a falsificação.
Segundo o relatório da PF, Mauro Cid confessou ter entregue os certificados falsos nas mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também foi indiciado no caso. Além de Bolsonaro, outras pessoas envolvidas no esquema foram apontadas como beneficiárias das certificações fraudulentas, incluindo as filhas de Cid, auxiliares do ex-presidente e o deputado Gutemberg Reis.
As inserções fraudulentas tinham como objetivo obter certificados de vacinação falsos para viagens aos Estados Unidos. As defesas dos envolvidos já se manifestaram, com o advogado de Bolsonaro chamando o indiciamento de “absurdo” e alegando perseguição política. Bolsonaro sempre negou ter tomado a vacina contra covid-19 e afirmou não ter cometido qualquer adulteração.
A PF encaminhou o relatório ao ministro Alexandre de Moraes, que agora aguarda o parecer do Ministério Público Federal sobre o caso. O desenrolar das investigações e as repercussões desse escândalo continuam a gerar debates e polêmicas no cenário político brasileiro.